O ministro Cristiano Zanin, do Supremo Tribunal Federal, decidiu estender por mais 60 dias o inquérito da Operação Sisamnes, que apura suposto esquema de venda de sentenças e vazamento de informações sigilosas em tribunais estaduais — entre eles o Tribunal de Justiça do Tocantins — e em gabinetes do Superior Tribunal de Justiça (STJ). A prorrogação, datada de 9 de junho, atende a pedido da Procuradoria-Geral da República, que relatou a obtenção de novas mensagens consideradas “reveladoras” do envolvimento de agentes públicos com foro privilegiado.
No mesmo despacho, Zanin avocou para o STF o inquérito da Operação Máximus, até então sob relatoria do ministro João Otávio de Noronha no STJ. Essa investigação mira, sobretudo, a suspeita de comercialização de decisões no TJ do Tocantins. Ao justificar a unificação dos processos, o ministro apontou “conexão probatória” entre os fatos investigados nas duas operações e afirmou que a análise conjunta permitirá avaliar de forma mais abrangente os vínculos entre magistrados, advogados e intermediários.
Deflagrada pela Polícia Federal em agosto de 2024, a Sisamnes teve alvos no Tocantins, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Distrito Federal. Entre as diligências já realizadas estão quebras de sigilo telefônico e apreensão de celulares que, de acordo com a PGR, contêm diálogos sobre decisões judiciais antes mesmo de sua publicação. Os investigados negam irregularidades.