Na sessão solene do programa “Capital Por Um Dia”, em 1º de junho, o prefeito Eduardo Siqueira Campos aproveitou o palco histórico de Taquaruçu para reiterar seu mantra político: “aqui não há prefeito e governador adversários; há unidade, há compromisso” — frase que, embora simples, sintetiza a estratégia de reconstruir pontes institucionais entre o Paço Municipal e o Palácio Araguaia, na presença do governador Wanderlei Barbosa e de vereadores locais.
O gesto vem num momento em que a cooperação intergovernamental é vital. Na mesma cerimônia, Wanderlei destacou que Taquaruçu “guarda parte importante da memória de Palmas”, enquanto Eduardo homenageou pioneiros e anunciou obras conjuntas, como a nova estrada de acesso ao distrito e o futuro Jardim Botânico — sinais de que a agenda de desenvolvimento depende de sincronia política, não de rivalidade.
Essa defesa de harmonia ganha peso extra, pois o discurso também dialoga com a agenda de responsabilidade fiscal inaugurada em janeiro, quando o prefeito cancelou o Carnaval e o “Capital da Fé” alegando ter herdado R$ 300 milhões em dívidas. Ao trocar eventos festivos por ajustes de contas, Eduardo sinalizou que convergência com o Estado é condição para recuperar receitas e sustentar serviços essenciais.
Na prática, essa sintonia já rendeu frutos: quatro dias antes da sessão em Taquaruçu, o Governo do Tocantins assinou com o Ministério das Cidades contratos para quase 900 moradias em 29 municípios. O pacote habitacional, articulado pelo Palácio Araguaia, necessita de contrapartidas municipais e indica que a paz institucional pode se traduzir em investimentos concretos, inclusive para Palmas.
Se tais gestos de diálogo forem acompanhados por entregas — estradas, habitação, saneamento e equilíbrio fiscal — o Tocantins poderá inaugurar uma fase política menos marcada por litígios e mais por resultados compartilhados. O recado de Taquaruçu, portanto, não é mero aforismo: é convite para que a classe dirigente abandone a lógica do “nós contra eles” e adote a lógica do “nós pelo povo”.