Palmas viveu, na manhã desta quinta-feira (3.jul.), um raro momento de convergência política em meio à turbulência que se seguiu à prisão preventiva do prefeito Eduardo Siqueira Campos. Na sessão solene em que tomou posse o vereador Petion Corado (PSB) — 2º suplente que assume a cadeira deixada por Carlos Amastha —, o presidente da Câmara, Marilon Barbosa (Republicanos), fez um discurso marcado por referências religiosas e um apelo à união de forças em torno do prefeito em exercício Carlos Velozo (Agir).
“Não cai um fio de cabelo sem a permissão de Deus”, afirmou Marilon, dirigindo-se diretamente a Velozo, presente no plenário. Segundo ele, “não devemos debater o que Deus quer para Palmas: cabe-nos reconhecer os propósitos divinos e trabalhar”. O vereador sublinhou que, entre os dois homens eleitos para conduzir a capital, “Carlos Velozo é um deles, investido de legitimidade — e, se essa for a escolha de Deus, não há o que questionar”.
Marilon não deixou de expressar solidariedade ao prefeito preso: “Sinto profunda tristeza pelo que Eduardo Siqueira está passando e oro para que tudo se esclareça e ele possa logo retornar ao convívio da família e da cidade”. Mas acrescentou que a administração não pode “ficar refém da espera”.
O tom conciliador foi interpretado como abertura de diálogo entre o Legislativo e a gestão interina — algo visto como crucial num momento em que rumores de cisão dominam os bastidores. Líderes partidários avaliam que, ao reconhecer publicamente a legitimidade de Velozo e chamar a atenção para a vontade divina, Marilon busca desarmar tensões que poderiam paralisar projetos e serviços.