O primeiro dia útil da gestão interina de Carlos Velozo (Agir) começou em clima de conciliação e terminou em ruptura. Pela manhã desta terça-feira (1.jul), o vice-prefeito — no comando da capital desde que o STF afastou Eduardo Siqueira Campos — foi à sede da Polícia Militar, onde o titular cumpre prisão preventiva, para “orar” e assegurar que manteria a equipe intacta. À noite, contudo, um Diário Oficial extraordinário trouxe as exonerações de Carlos Antônio da Costa Júnior, secretário-chefe do Gabinete do Prefeito, e de Renato de Oliveira, procurador-geral do Município, ambos considerados da “cozinha” política de Eduardo.
Quem saiu e por quê
Segundo nota interna repassada aos exonerados, a mudança teria sido “solicitação do partido Agir” — legenda de Velozo. Em comunicado público, Carlos Júnior classificou a atitude como “estranha mudança de postura” e sugeriu fragilidade na aliança política que elegeu a chapa no ano passado.
Contraste de discursos
Na segunda-feira, Velozo havia garantido que não promoveria trocas no primeiro escalão para preservar a continuidade administrativa enquanto a defesa de Eduardo busca revogar a prisão. A reviravolta, 24 horas depois, foi interpretada por aliados do prefeito afastado como sinal de que o interino pretende imprimir agenda própria — ou, ao menos, acomodar indicações partidárias enquanto durar o afastamento judicial.
Cenário jurídico e político
Próximos passos
Secretários-adjuntos assumiram interinamente Gabinete e PGM, enquanto o Paço prepara nova estrutura de comando. Nos bastidores, articuladores de Eduardo dizem esperar “gesto de lealdade” do vice — que, por sua vez, afirma que as exonerações são “ajustes administrativos” necessários para garantir governabilidade até que o titular retorne.
A movimentação mostra que, além da batalha jurídica de Eduardo Siqueira, a capital travará nos próximos dias uma discreta disputa política: manter a gestão original ou reconfigurar o tabuleiro sob a influência do novo ocupante do Palácio.
A Nota de Carlos Júnior na Íntegra:
"No início desta noite, fui surpreendido pelo prefeito em exercício, pastor Carlos Velozo, de que a minha exoneração do cargo de Secretário-Chefe do Gabinete do Prefeito, assim como do advogado Renato de Oliveira, do cargo de Procurador-Geral do Município de Palmas, seria publicada hoje no Diário Oficial. Segundo o prefeito em exercício informou, os cargos foram uma solicitação do partido Agir, do qual o pastor Velozo é filiado.
Estranha a mudança repentina de postura, apenas um dia após o próprio prefeito em exercício dizer a todos os secretários e presidentes de autarquias, de que não haveriam mudanças de secretários e nem demissões. Fato é que a prática contradiz o discurso e, em muito pouco tempo, levantando dúvidas e questionamentos sobre a fragilidade de uma aliança política vitoriosa e que se mostra desfeita tão rapidamente.
Agradeço a confiança, o respeito e a amizade de uma vida toda do nosso líder maior, o prefeito de Palmas, Eduardo Siqueira Campos, e pela honrosa oportunidade de compor tão valorosa equipe que, nos primeiros seis meses deste ano, devolveu o brilho nos olhos dos palmenses, por conta da qualidade dos trabalhos apresentada e do cuidado com a nossa cidade e a nossa gente.
Cargos públicos são passageiros e o mais importante neste momento é que a justiça devolva a liberdade ao prefeito Eduardo Siqueira Campos, legitimamente eleito por maioria da vontade popular. Desde a última sexta-feira, 27, a prioridade é a devolução do nosso amigo Eduardo ao seio de sua família. E, a partir de agora, essa será a minha dedicação exclusiva, pois além de funções públicas, o bem-estar do ser humano Eduardo Siqueira Campos e de sua família, são o mais importante neste momento.
Palmas-TO, 01 de julho de 2025"